
Eu quis rever a noite. A noite sempre foi meu bem. Mas, a noite agonizava entre tantos desalentos.
Houve um tempo em que antes de criar a campanha do dia seguinte, era a noite que nos dava o colo e se ouvia canções de ninar gente grande. E a noite nos afagava com um olhar lindo de múltiplas mulheres. E o gelo batia nos copos de uísque com o doce som das teclas do piano ao lado, de cauda, nobre e jamais obsceno como os que se ligam em torpes tomadas de churrascarias.
Nossa noite era sutil, refinada e transcendia o lugar comum frequentado pelos parvos.
Ela nos trazia a inspiração para o dia seguinte e as idéias e os pincéis fluíam como versos de um poeta sem medo do vazio. E se a gente se perdia na noite com um amigo, éramos dois perdidos numa noite limpa.
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