quinta-feira, 15 de outubro de 2009

SEMANA DO JORNAL NACIONAL. DE 15 A 22 DE OUTUBRO. ANO 1. NÚMERO 34


Houve um tempo, em São Miguel Arcanjo, em que a gente sabia de tudo sentado ali na praça, em frente da Igreja.

Sempre chegava alguém com novidade:

--- Sabe quem já está no bico do corvo?

A gente ficava sabendo e espalhava.

--- Sabe quem faz aniversário hoje?

E um abraço era reservado para depois.

--- Adivinhe quem vai se casar?

A gente ficava esperando o convite.

--- Sabe quem anda declamando uns versos bonitos por aí?

Tomara que ele não apareça logo agora para declamar, a gente torcia.

--- Sabe quem lida melhor com uma picanha nesta cidade?

A gente babava.

--- Sabe onde vai rolar o maior bailão?

Todo mundo se animava.

--- Sabe quantos cães abandonados existem por aqui?

Não valia contar os da escadaria da Igreja.

--- Sabe quem anda pintando umas telas de tirar o chapéu?

A gente ia ver.

--- Sabe quem já é doutor?

Dava muito orgulho saber.

Notícias, notícias, notícias.

Para quem vive longe, quanto mais notícias da terra a gente tiver, mais perto a gente fica.

Mandem.

6 comentários:

  1. E hoje é tanta mentira pronta na TV que dá até tristeza saber. Demonizam uns, santificam outros. Sarney já foi Deus e Diabo, o Lula também. Desconfio dos que sempre são deuses e me interesso pelos que sempre são diabos. O MST é o demônio mais odiado da mídia já há um quarto de século. São acusados do que fizeram, do quer ñão fizeram e do que pensam que eles pensam em fazer. A Cutrale toma terra do governo e posa de santa, a Aracruz celulose destrói aldeias indígenas, acampamentos camponeses e a mídia só mostra o lado da grana. E por aí vai.

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  2. TELEPRISÃO, TELETRITURAÇÃO: ESPETÁCULO EM AÇÃO!

    A televisão é mais que alimento
    Aos que não ganham para seu sustento,
    Entretanto, reles entorpecente,
    Qual “coca”, “craque” e LSD na mente,

    Pretendendo a todo custo e tormento
    Desestruturar qualquer movimento!
    Age assim contra os que insistentemente
    Ousaram continuar conscientes!

    Globalmente tenta através de encanto
    Conter todo riso e todo pranto,
    Tornando todo vivente defunto.

    No pensamento único, único assunto,
    Imposto a todos em todos os cantos,
    A Tv qual sepultura, portanto!

    EDUARDO TERRA COELHO
    30 DE ABRIL A 05 DE JUNHO DE 2005.

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  3. VALA COMUM

    Habitação popular é uma casa-
    Grande, entretanto com uma só porta,
    Ocupada por gente semimorta
    Que desaprendeu a bater suas asas.

    Habitação popular é uma farsa,
    Pois a burguesia nada se importa
    Com o chiqueiro, seus porcos e porcas,
    Com estas vidas vazias, tão rasas.

    É um aparelho de televisão,
    A única janela da senzala,
    Mostrando sempre a mesma vista global.

    E não adianta mudar de canal,
    Porque tudo responde ao mesmo padrão.
    Habitação popular é uma vala.

    EDUARDO TERRA COELHO
    AGOSTO DE 2003.

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  4. POVO EIRO

    Na cidade onde nasci, terra de povo hospitaleiro
    Muito não se podia ser: sorveteiro, jornaleiro,
    Quem sabe astro num picadeiro.
    Alguns por herança; leiteiro, padeiro.
    Se algum mal nos acometia, o curandeiro
    Algo que não tinha: enfermeiro
    Sempre teve caminhoneiro,
    Açougueiro, pedreiro, verdureiro...
    Nunca vi por aquelas bandas, bicheiro
    Tinha fazendeiro, mas também muito grileiro
    Festa do padroeiro atraia trambiqueiro
    Festa junina; sanfoneiro
    Tinha um vizinho carpinteiro, por demais fofoqueiro.
    Quando criança queria ser boiadeiro, mais tarde boleiro.
    Nasci e cresci filho de um barbeiro,
    E terminarei meus dias nas mãos de um coveiro...

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  5. AINDA O EIRO ...
    O meu era pai violeiro
    Fazia pião...era pioneiro
    Corria atrás do dinheiro
    E como bom brasileiro
    Fazia isso o tempo inteiro
    Mas tudo era passageiro
    Das suas mãos pro vendeiro.
    Então virou curandeiro
    Com mesinha e sem terreiro...
    Meu avô foi tarefeiro!
    Eu tinha um tio trapaceiro
    Namorador loroteiro
    E por fim morreu solteiro.
    E eu, Orlando Pinheiro
    Penso que sou bom violeiro
    Mas sei, vou morrer primeiro
    Da solidão companheiro
    A qual será meu travesseiro
    No meu verso derradeiro.

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  6. Na terra do "ché",depois de tanto falatório o canil(deposito municipal de cães)continua do mesmo jeito.Disseram que havia muitas irregularidades por la,mas...Ninguem fez nada pelos cães de rua.

    À não ser a Gisele,a Cida ,a Rosana,etc...
    Teve "bolinhada amiga",esta tendo rifa de um quadro e ainda teremos um grande bazar.A renda toda pra ração e remedios pro canil do Zaguinha.
    Ajude divulgar esses eventos,por favor, obrigada!

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