
Joaquim Maestro, além de maestro, era benzedor e filósofo na cidade de São Miguel Arcanjo.
Sentado num banco da praça, numa tarde qualquer, ele tentava acender o seu cachimbo.
Mas, o Vento do Mar soprava forte e o isqueiro apagava.
Então, chegou Cassiano Vieira, o leiloeiro da paróquia. Sentou-se ao lado de Joaquim Maestro, fez uma concha com as mãos, protegeu o isqueiro do vento, o cachimbo foi aceso em paz e pronto: fumaça no ar.
Joaquim Maestro soltou uma gostosa baforada e sorriu.
Cassiano Vieira puxou prosa.
--- Estou intrigado com uma coisa, Maestro!
--- Diga.
--- Como é que a gente entra no céu?
Joaquim Maestro puxou mais fumaça do cachimbo, soltou no ar, não cuspiu, por uma questão de boa educação, e respondeu:
--- Engraçado. Eu sonhei uma noite dessas que tinha morrido.
--- Não diga, Maestro.
--- Dei de cara com São Pedro e ele me olhou sorrindo. Perguntei: Aqui é o céu? E ele respondeu: Não, ainda não. O céu fica mais em cima. E me explicou: Está vendo essa escadaria? Está vendo essa caixa de giz? O senhor pega um giz e vai escrevendo em cada degrau o pecado que cometeu em vida. Quando terminar de escrever todos os pecados, a escada acaba e o senhor está no céu. Mas, quero avisar desde já: não adianta esconder pecado, porque a escada só acaba com todos os pecados contados. Então, comecei a escrever. Um pecado atrás do outro. Já estava até ficando cansado. E adivinhe quem eu encontro na escadaria, vindo lá de cima?
--- Quem, Maestro?
--- O Eduvirge Monteiro.
--- O falecido Eduvirge Monteiro?
---O meu compadre Eduvirge, que havia falecido há poucos dias. Fiquei tão contente que gritei: compadre, meu compadre! Que bom que você veio lá do céu me ajudar! E ele respondeu apressado, descendo a escadaria: Que céu, que nada, Maestro. Vou pedir mais giz para São Pedro que o meu acabou.
Sentado num banco da praça, numa tarde qualquer, ele tentava acender o seu cachimbo.
Mas, o Vento do Mar soprava forte e o isqueiro apagava.
Então, chegou Cassiano Vieira, o leiloeiro da paróquia. Sentou-se ao lado de Joaquim Maestro, fez uma concha com as mãos, protegeu o isqueiro do vento, o cachimbo foi aceso em paz e pronto: fumaça no ar.
Joaquim Maestro soltou uma gostosa baforada e sorriu.
Cassiano Vieira puxou prosa.
--- Estou intrigado com uma coisa, Maestro!
--- Diga.
--- Como é que a gente entra no céu?
Joaquim Maestro puxou mais fumaça do cachimbo, soltou no ar, não cuspiu, por uma questão de boa educação, e respondeu:
--- Engraçado. Eu sonhei uma noite dessas que tinha morrido.
--- Não diga, Maestro.
--- Dei de cara com São Pedro e ele me olhou sorrindo. Perguntei: Aqui é o céu? E ele respondeu: Não, ainda não. O céu fica mais em cima. E me explicou: Está vendo essa escadaria? Está vendo essa caixa de giz? O senhor pega um giz e vai escrevendo em cada degrau o pecado que cometeu em vida. Quando terminar de escrever todos os pecados, a escada acaba e o senhor está no céu. Mas, quero avisar desde já: não adianta esconder pecado, porque a escada só acaba com todos os pecados contados. Então, comecei a escrever. Um pecado atrás do outro. Já estava até ficando cansado. E adivinhe quem eu encontro na escadaria, vindo lá de cima?
--- Quem, Maestro?
--- O Eduvirge Monteiro.
--- O falecido Eduvirge Monteiro?
---O meu compadre Eduvirge, que havia falecido há poucos dias. Fiquei tão contente que gritei: compadre, meu compadre! Que bom que você veio lá do céu me ajudar! E ele respondeu apressado, descendo a escadaria: Que céu, que nada, Maestro. Vou pedir mais giz para São Pedro que o meu acabou.
Haja giz!
ResponderExcluirE LEMBRANDO DOS QUE SEGUEM AO CÉU RISCANDO A GIZ, UM POEMA QUE FIZ PARA MEU IRMÃO.
ResponderExcluirDIGA A TODOS QUE EU ESTOU VIVO!
Essa noite sonhei com quem já partiu,
Cabelos encaracolados, judeu,
O sorriso jovial que se perdeu,
Essa visão me salvou e me feriu.
Abraçando-o, abracei um mundo meu,
Rejuvenesci, chorei, vi-me vazio.
Deu-me a missão: espalhar o Brasil!
Que o fogo consuma todo e qualquer breu!
Essa noite sonhei com um meu irmão,
Disse: diga a todos que estou vivo!
E foi a noite do SIM, jamais do NÃO!
Assim profetizo: o fim é ilusão!
E os vocábulos Dele, avivo!
Eis o Caminho pelo qual convivo.
EDUARDO TERRA COELHO
24 DE FEVEREIRO DE 2008.